Entrevista com Alunos: Joelma Muniz e Katia Meirelle da Rota do Chá (casa de chá em Manaus)

Estamos dando continuidade a esta série de entrevistas com os alunos que utilizaram o conhecimento adquirido na Escola de Chá Embahú para aprimorar seu negócio ou estilo de vida. São empreendedores, casas de chá ou cafés, entusiastas, etc., que passam por nossa escola e possuem histórias inspiradoras!

Conversamos com Joelma Muniz Marques e Katia Meirelle, sócias proprietárias da Rota do Chá, casa de chás e bistrô, pioneira em Manaus.

 

Entrevista com Alunos: Joelma (esq.) e Katia (dir.). Foto: Arquivo pessoal.
Entrevista com Alunos: Joelma e Katia. Foto: Arquivo pessoal.

 

Como surgiu a ideia de abrir a primeira casa de chá na região norte de Manaus?

Mesmo estando no mercado formal, cerca de cinco anos atrás nós – Katia Meirielle e Joelma Muniz – apreciávamos o segmento do chá e provávamos em viagens de trabalho para outros lugares, isso estimulou cada vez mais o desejo de abrir um empreendimento que pudesse oferecer para as pessoas do nosso estado as maravilhas e experiências que nos vivenciávamos. Dessa forma, iniciamos um processo não como especialistas, mas como admiradoras desse universo. Vimos que havia uma oportunidade de mercado a ser ocupada, levando em consideração estudos antropológicos que nos mostra grande influência europeia, em especial no tempo áureo da borracha, que reflete nos monumentos históricos da cidade tais como: Teatro Amazonas, que faz parte da lista dos mais importantes do Brasil, o prédio da Alfandega, cujos blocos vieram da Inglaterra apenas para serem montados, entre outros. Vislumbramos também a herança cultural adquirida pela vinda de ingleses, espanhóis, portugueses, franceses …
Por outro lado, o Amazonas já habitado por povos indígenas nos traz na sua cultura e crenças a utilização de infusões e ervas maceradas que contribuíam para o processo de cura de seus povos.
Atualmente, possuímos diversas multinacionais de origem asiática e europeia que ainda influenciam o processo econômico e cultural do nosso estado. Desta forma unimos a oportunidade ao gap que existia e finalmente decidimos efetivamente planejar esse novo marco em nossas carreiras.

 

Quanto tempo levou desde o planejamento do negócio, a busca pelo conhecimento e finalmente a abertura da casa? Como foi esta fase?

Tudo começou quando saímos do mercado formal, decidimos assumir riscos e desafios, visto que aparentemente o ambiente não era propício. Do planejamento até a abertura se passou um ano e meio. Pesquisamos imóveis, desenhamos o layout da casa, definimos a quantidade de clientes que podíamos atender no início do empreendimento.
A fase crucial foi na formalização do empreendimento, onde nos deparamos com processos burocráticos, morosos e complexos. Outro fator de dificuldade foi nos aspectos severos inerentes à tributação, com altas taxas pelo fato da implantação ser em uma área de zona franca.
Mesmo diante de tantos entraves o que facilitou a implantação foi ter conhecido a Yuri e o Claudio que nos indicaram fornecedores confiáveis que nos garantem a qualidade do que servimos até hoje na loja, além das informações de cuidado e preparo corretos dos chás.
Sobre as dificuldades, há nesse contexto um grande aprendizado de nossa parte que nos fez amadurecer e delimitar as fronteiras do mercado que ainda nos espera.

 

Entrevista com Alunos: Joelma e Katia
Rota do Chá – fachada. Foto: Arquivo Rota do Chá

 

Vocês, proprietárias da Rota do Chá, possuíam outro perfil profissional antes da casa de chá. Valeu a pena essa movimentação em busca de um novo mercado?

Possuíamos perfil completamente diferente do que assumimos hoje como empreendedoras, mas nos deu know how e embasamento para ter um olhar profissional em relação ao cotidiano vivenciado na Rota do Chá.
Está valendo a pena, pois o fato sermos únicas nos difere de qualquer empreendimento e nos sentimos honradas em difundir a cultura do chá na região. Além disso, a nova experiencia nos faz romper barreiras intimas que nos faz reaprender, buscar novos estudos, experiencias, conhecimento e prática.

 

Entrevista com Alunos: Joelma e Katia
Rota do Chá – espaço interno. Foto: Arquivo Rota do Chá

 

Qual foi a reação do público da região diante da abertura de uma casa de chá?

Ficaram assustados, perplexos e nos chamaram de loucas. Mal sabiam eles que havíamos estudado o mercado e sabíamos onde estávamos pisando.
Em muitas entrevistas nos perguntavam por que abrir uma casa de chás em um local tão quente, se não ficamos com medo etc. Sempre retrucávamos e respondíamos, por que o nosso povo toma tacacá, mingaus, sopas – estes muitas vezes em praças, ou locais sem refrigeração e não poderia tomar um chá? Então, o que falta é difundir a cultura do chá.

 

Além dos chás importados, vocês também trabalham com os produtos regionais?

Existem estudos avançados desenvolvidos por meio do INPA, UFAM, UEA e outras instituições, mas, ainda não há o aspecto mercadológico em torno do nosso ecossistema ambiental. Utilizamos frutas brasileiras e no momento estamos buscando parceria regional para desenvolver infusões com frutas que fazem parte do ecossistema amazônico.

Entrevista com Alunos: Joelma e Katia
Rota do Chá – espaço interno. Foto: Arquivo Rota do Chá

 

Quais são os serviços que a Rota do Chá oferece hoje?

A princípio, nós pensávamos em oferecer somente os chás e vendê-los para aqueles clientes que apreciavam a bebida. Porém, com o tempo, percebeu-se que o público estava buscando um ambiente diferenciado e aconchegante para realização de eventos temáticos, como por exemplo: chás de meditação, casamentos, aniversários, encontros empresariais, lançamento de produtos, comemoração de bodas, pedidos românticos de namoro e casamento, chás de noiva, chás revelação, eventos com grupos para discussão de temas profissionais como na área jurídica, psicológica, coach, saraus poéticos e ligados a temas relevantes para a sociedade e claro, aproveitamos as datas comemorativas para realizar eventos e atrair mais adeptos do chá.

 

Quais os chás/blends favoritos da casa?

No início, quando estávamos difundindo a cultura do chá, os mais pedidos eram as infusões internacionais e brasileiras frutadas. Hoje, nossos clientes preferem os chás pretos, verdes, aromatizados e oolong. Temos clientes brasileiros, orientais e europeus. Temos famílias inteiras que visitam a loja, para tomar oolong. Os perfis dos nossos clientes vão desde artistas, professores, estudantes, idosos, pessoas que atuam com atividades orientais, muitas mulheres de todas as idades e uma quantidade representativa de homens.

 

Entrevista com Alunos: Joelma e KatiaJoelma Muniz Marques e Katia Meirelle, sócias proprietárias da Rota do Chá

ROTA DO CHÁ
https://www.facebook.com/rotadochaAM/
Rua Rio Pauini, 12, Manaus
(92) 98227-5056

 

 

 

 

 

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24 de novembro de 2019

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